segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Brasil deve atingir meta de redução do desmatamento antes de 2020, diz secretário

Queda do desmatamento corresponde a 60% da redução de emissões brasileiras


 Shutterstock
Com redução do desmatamento concentrada principalmente na Amazônia, a secretaria trabalha agora para lançar o monitoramento sistemático do desmatamento no Cerrado
O Brasil deve atingir antes do fim do prazo a meta de reduzir em 84% o desmatamento, principal fonte das emissões de gases de efeito estufa no país, disse hoje (28) o secretário nacional de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, Carlos Klink. Sem informar ano exato, ele disse que o país chegará antes de 2020 a um patamar inferior a 4 mil quilômetros desmatados por ano, compromisso estabelecido na Conferência do Clima de Copenhague, em 2009. 

"No ano passado, já chegamos a 4,5 mil quilômetros quadrados de desmatamento. Temos que atingir 4 mil e manter, que é muito importante. Mas nossa meta continua sendo a de nos reportarmos às Nações Unidas em 2020", declarou Klink, que participou da abertura do 7º Fórum Latino-Americano de Carbono

De acordo com Klink, a queda do desmatamento corresponde a 60% da redução de emissões brasileiras, que precisam cair entre 36% e 39% até 2020. Para o secretário, o impacto também será global. "Como um estudo que saiu da Rio+20 aponta, vai haver um déficit de emissões em 2020, e nós vamos cobrir metade desse déficit com a nossa redução. O Brasil está dando uma contribuição global e quer ser reconhecido e valorizado por isso". 

Apesar disso, Klink reconhece que em alguns setores vêm ocorrendo aumento de emissões, que já eram previstas. "Alguns setores cresceram suas emissões, mas isso não se compara às emissões reduzidas no desmatamento. Isso não significa que não tenhamos que prestar atenção nisso. A agricultura e energia, principalmente, são os que dão uma subidinha. Por isso, temos planos setoriais específicos para indústria, energia e principalmente agricultura". 

Em um ano em que as usinas termelétricas foram a solução para as condições climáticas desfavoráveis àshidrelétricas e em que usinas a carvão entraram com peso nos leilões de geração de eletricidade para os próximos anos, o secretário não nega que essas são preocupações e diz que é preciso debater a questão da energia com a sociedade. "Pelo lado das emissões, é claro que isso é uma preocupação, mas, se a intenção é manter uma matriz energética diversificada, é um debate que o país tem que fazer. Por um lado, não estamos permitindo a construção de hidrelétricas, e temos que oferecer energia". 

Com redução do desmatamento concentrada principalmente na Amazônia, a secretaria trabalha agora para lançar o monitoramento sistemático do desmatamento no Cerrado. "Estamos financiando com o Fundo da Amazônia outros países da América Latina para que façam o monitoramento com tecnologia nossa. Estamos monitorando o Cerrado, e lá o desmatamento também caiu, mas estamos mais atrasados. A Caatinga também tem preocupado, mas caminha para a redução", disse, acrescentando que o uso da vegetação como lenha e empreendimentos empresariais são a principal ameaça ao último bioma.


Fonte:Globo.com

domingo, 30 de junho de 2013

Border Collie é trabalhador incansável do rebanho

Com necessidade de executar tarefas, a raça promove economia e praticidade nas funções diárias de pastoreio.

Rápido, dócil e inteligente, o cão da raça border collie abranda o trabalho de pecuaristas por conta de sua aptidão e habilidade em currais. Além de ser extremamente disciplinado e submisso, o animal é ágil, resistente e eficiente na lida com rebanhos de ovinos, gado e qualquer animal que se agrupe.
No Brasil, a raça começou a ser importada por fazendeiros do Rio Grande do Sul e de São Paulo na década de 90. A utilização da border collie proporciona condições favoráveis como a diminuição de custos e de funcionários nas tarefas de pastoreio. A presteza faz com que a raça desempenhe tranquilamente o trabalho de até três peões, com facilidade e profissionalismo na lida com o rebanho. O cão trabalha até dentro d’água, se necessário. Segundo Jorge Eduardo, proprietário do Canil Pastoreio da Esperança, em Guaíba (RS), a contribuição financeira da border collie é significativa para o Brasil, onde a quantidade de rebanhos é muito grande.
Aos três meses de idade começa o contato dos filhotes com os rebanhos 
O cão trabalha sem estressar os agrupamentos porque, além de dificilmente mordiscar (só quando necessário), pastoreia em silêncio. Com a cauda sempre em formato da letra “J”, a guarda baixa e olhar fixo, ele conduz com excelência outros animais, mesmo que sejam maiores do que ele. Os cães buscam os rebanhos em longas distâncias, sem que seja necessário nenhum comando. “Quanto mais a técnica for absorvida pelos homens do campo e introduzidos os trabalhos do cão de pastoreio no Brasil, nossos rebanhos irão aumentar e se tornarão animais mais dóceis e tranquilos”, afirma Thorbes Moreira, treinador de cães para pastoreio desde 2005 e proprietário do Canil Sol do Sul, em Porto Alegre (RS).
Imagem de cão pastorando ovelhas,Fonte:Internet
O treinamento é necessário para que se utilize 100% da capacidade do animal. Um cão não treinado utiliza apenas 30% de sua aptidão. Uma genealogia com antepassados de pastores e filhotes com genética de qualidade também é importante. Isso porque, com a popularidade da raça, a genética vem sendo deteriorada em muitos canis brasileiros que produzem ninhadas para obter lucros com as vendas dos filhotes, sem valorizar os cuidados necessários com o plantel. Por isso, muitos criadores que preservam o instinto de trabalho rural da border collie estão preocupados com o rumo da raça no Brasil.

Em um treinamento para a obediência apenas, a gratificação pelo comportamento é a recompensa. Já no pastoreio, o prêmio é a permissão para arrebanhar. A fidelidade da raça é tão sólida que os cachorros trabalham para agradar ao dono, e não por obrigação. “Vários atributos foram considerados na seleção desses cães, entre eles, considero importante a sensibilidade, a paixão e a submissão pelo seu dono. Tudo isso faz com que sejam, também, excelentes cães de companhia”, diz Jorge Eduardo.

Os animais tomam contato com o rebanho a partir dos três meses de idade. Mas somente aos 12 meses o treinamento se inicia. Um filhote com pedigree custa de R$ 1 a 2 mil reais. Em média, um profissional cobra de R$ 300 a 500 reais por mês para o treinamento de aproximadamente seis meses, mas que pode ser prolongado.

Se o fazendeiro optar por um cão já treinado e pronto para o trabalho, o animal pode custar de R$ 3 a 5 mil reais. Já em um cachorro com treinamento “top” (com vários comandos e precisos em seus movimentos), o agropecuarista vai desembolsar entre R$ 7 e 12 mil reais. O nível de treinamento é avaliado e reconhecido em campeonatos de pastoreio realizados durante todo ano no país. “É necessário que o comprador também tenha conhecimento dos comandos para conduzi-los adequadamente dentro do curral”, alerta Thorbes.

Fonte:Portal Agron.

domingo, 9 de junho de 2013

Política indigenista virou terra de ninguém


Os conflitos das últimas semanas envolvendo índios em Mato Grosso do Sul e os protestos de grupos contra a construção da usina de Belo Monte expõem um governo que lida de maneira dúbia com a questão indígena. De um lado, a gestão Dilma Rousseff tenta barrar o descontrole das demarcações promovidas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e afagar os produtores rurais. Do outro, permite o funcionamento de um núcleo de apoio à causa indígena dentro do próprio Palácio do Planalto, que tem como expoente o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. A consequência: capitula diante da primeira pressão de indígenas e de grupos que dizem representá-los, permitindo episódios como o custeio da viagem de cerca de 150 índios para protestar em Brasília contra o próprio governo.

Na última sexta-feira, depois de meses sem conseguir controlar a situação, o governo finalmente demonstrou que pretende promover alguma mudança na Funai. A presidente – e miltante – Marta Azevedo – deixou o cargo alegando motivos de saúde. Em seu lugar, assumiu interinamente o cargo a diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável do órgão, Maria Augusta Assirati. Até então, as tentativas de colocar ordem nas demarcações e nos conflitos eram externas. Entre elas estava a recente suspensão de demarcações no Paraná e no Rio Grande do Sul a pedido da Casa Civil, comanda pela ministra Gleisi Hoffmann.


Mas essa foi apenas a terceira queda de braço em pouco menos de um ano entre índios e aqueles que querem maior controle externo nas demarcações. No início de maio, a ministra chegou a criticar publicamente a forma como o processo era conduzido. “Delegamos única e exclusivamente à Funai a responsabilidade por estudos e demarcação de terras. Nem sempre estabelecemos procedimentos claros e objetivos nesse processo”, disse.

Tentativas anteriores de mudar esse quadro de exageros da Funai já haviam resultado em uma série de protestos por parte dos índios e dessas entidades. Sempre que o governo tenta colocar um pouco de ordem na questão das demarcações, grupos de índios promovem novas invasões, ocupam prédios de órgãos federais e bloqueiam rodovias. E tudo com o apoio de entidades de apoio a indígenas e ONGs. Diante de tudo isso, o governo recua rapidamente.
 
Portaria
Entre os recentes casos de intimidação está o que ocorreu com publicação da chamada Portaria 303, da Advocacia-Geral da União, em julho de 2012. A medida visava, entre outras coisas, estender para outros processos de demarcação as mesmas condicionantes estabelecidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na criação da Reserva Raposa do Sol, em Roraima. Ou seja, vedava a ampliação de reservas já demarcadas, impedia a cobrança de pedágio pelos índios nas reservas e pretendia incluir na discussão da demarcação de terras os estados afetados.

A gritaria foi imediata. A Funai divulgou nota repudiando a medida e passou a fazer pressão contra ela. O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), uma das maiores organizações de articulação de índios no país, disse que o governo estava “rezando a cartilha do capital ditada pelo agronegócio”. Índios invadiram a sede da AGU em Brasília e em outros estados e bloquearam rodovias. Temerosa, a AGU suspendeu temporariamente a medida menos de dez dias depois. Em setembro houve nova tentativa de aprovar a portaria, mas diante de nova gritaria, ela voltou a ser adiada até o STF publicar o acórdão do caso Raposa Serra do Sol.

Em abril, houve novo choque. Desta vez, o alvo foi o Congresso, que tinha acabado de aprovar a criação de uma comissão especial para analisar uma proposta de emenda constitucional que pretende transferir para o Congresso a competência de aprovar a demarcação de terras indígenas. O protesto dos índios entrou para a história da Câmara dos Deputados. Com os rostos pintados, um grupo formado por centenas de índios invadiu, pela primeira vez, o plenário e espantou a maioria dos deputados presentes.

Paraná
O total de reservas indígenas no Brasil já passa de um milhão de quilômetros quadrados, ou 12,5% da superfície do país, mas a Funai parece disposta a levar a aplicar uma fórmula de demarcações descontroladas para todo o país. No início de maio, um estudo sobre quinze áreas escolhidas para demarcação pela Funai no oeste do Paraná demonstrou com clareza o exagero e o ativismo com que fundação e outras entidades têm tratado o assunto.

No ano passado, diante das reclamações de produtores rurais paranaenses, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, encomendou à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) uma avaliação de áreas apontadas pela Funai para demarcação. O relatório mostrou resultados estarrecedores. Entre essas quinze áreas, a Embrapa demonstrou, por meio de fotos de satélites e outros mecanismos, que dez começaram a contar com a presença de indígenas somente a partir de 2007 – o que desmente os argumentos de “ocupação tradicional” usados pela Funai para justificar as demarcações.

Outras nem contavam com a presença de índios. Só numa delas foi detectada a presença de uma aldeia mais antiga, datando do ano não muito distante de 1990 e formada por índios de Mato Grosso do Sul. Está encravada em uma área urbana do município de Guaíra, na divisa com o Paraguai.

Xetá
Diante do quadro, Gleisi pediu a suspensão das demarcações no estado. A iniciativa ajudou a frear, entre outras, a demarcação da Reserva Xetá, que pretende entregar 120 km² de uma área na região de Umuarama, também no oeste do estado, para apenas cerca de cem índios da etnia xetá. Nesse pequeno grupo, apenas sete são considerados membros puros do povo, de acordo com estudos antropológicos. A maior parte do grupo original, de pouco mais de 200 pessoas, foi dizimada nos anos 50 quando entrou em contato com os brancos. Desses cem autointitulados xetás, mais de 90 membros têm apenas ascendência parcial, contanto também com ancestrais brancos ou de índios de outras tribos.

Mas o número reduzido não havia intimidado a Funai e os apoiadoras dos índios, que acharam aceitável promover no início dos anos 2000 o renascimento da etnia com uma área equivalente a do município de Niterói, no Rio de Janeiro, onde vivem quase 500.000 pessoas. Para piorar, a área reservada para os xetás é ocupada por dezenas de fazendas, a maioria de propriedade de pequenos produtores, e uma vila rural.

O deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da PEC que pretende transferir para o Congresso a decisão sobre demarcação, diz que o clima no campo “está pesado”. “Não existe regra contra indígena. É como se fosse um efeito da natureza, ninguém pode reagir. A Funai, na verdade, faz o papel dela, é defensora dos indígenas, mas nós precisamos de alguém que faça o (papel de)advogado e ministério público, que faça o contrapeso, senão é uma unilateralidade exagerada”, diz Serraglio, que tem como base eleitoral a região de Umuarama.
 
Suspensão
A exemplo do Paraná, as demarcações também foram suspensas no Rio Grande do Sul, onde estudos paralelos também devem ser realizados pela Embrapa e por outros órgãos, retirando aos poucos a exclusividade da Funai nas demarcações. Pode ser o começo do fim de uma exclusividade que dura décadas – e de um atribuição que, como mostra o atual cenário, só ajudou a alimentar o conflito. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Sul (Fetraf-Sul) estima que pelo menos 30.000 produtores gaúchos podem perder suas propriedades caso as demarcações sejam feitas pelos critérios da Funai no estado. A ministra já demonstrou que a intenção é levar essa modelo conjunto para outras regiões, incluindo Mato Grosso do Sul.

Em resposta às medidas, os índios passaram a mirar exclusivamente a figura da ministra Gleisi. No início da semana, um grupo de 30 indígenas invadiu a sede do diretório estadual do PT no Paraná, e estendeu faixas contra ela. Entidades como a Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul acusaram Gleisi de sucumbir a interesses eleitorais – ela é provável candidata ao governo do Paraná em 2014 e recebeu doações de produtores na sua campanha para o Senado em 2010.

Mas a gritaria é dirigida, sobretudo, a essa nova divisão de tarefas da Funai, que por essas medidas na Região Sul deverá dividir a atribuição de demarcar terras com órgão mais isentos. Em reação, o secretário-geral do Cimi, Cleber Buzatto, escreveu em um artigo agressivo, conclamando os índios a “fazerem a defesa dos seus direitos”. “Os povos indígenas precisarão de disposição para enfrentamentos mais contundentes, urgentes e permanentes em todos os níveis, desde a aldeia até o ‘centro’ do poder, em Brasília”, escreveu.

Belo Monte
Só que as demarcações não são o único terreno que o governo enfrenta problemas com os índios. Brasília foi nessa semana palco de uma manifestação de índios mundurukus, que se opõem à usina de Belo Monte, no Pará. Os índios, que habitam em áreas distantes 800 quilômetros do canteiro, em Tapajós, conseguiram arrancar uma reunião na capital após interromperem as obras por cinco dias. Aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) tiveram que deixar operações de vigilância na fronteira para transportar quase 150 índios.

No início de maio, o ministro ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, chegou a acusar os mundurukus de se oporem à usina porque uma parte deles estava envolvida com garimpo ilegal. A nota causou repúdio, e a pressão continuou, até o governo capitular e concordar com a reunião. Foi um episódio raro para Carvalho, entusiasta da causa indígena e foi patrocinador da escolha de Marta Azevedo para a presidência da Funai. Ele também é o chefe de Paulo Maldos, o secretário nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, conhecido por ser um dos maiores promotores da causa indígena no governo.

Mas mesmo Carvalho não está imune à pressão. Na última sexta-feira, as lideranças indígenas anunciaram que protocolaram uma interpelação criminal contra Carvalho por calúnia e difamação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por causa de seus comentários sobre os mundurukus.

Profissão
Ainda tímida, a iniciativa de dividir as tarefas da Funai pode ajudar a deter o crescimento uma modalidade, que em alguns casos, transforma a condição de índio em “profissão”, onde demandas irreais são alimentadas e fraudes encontram um terreno fértil para se desenvolver.

Nesta semana, o jornal Folha de S. Paulo publicou o caso do “índio” Paulo José Ribeiro da Silva, chamado Paulo Apurinã, um amazonense de 39 anos que, segundo um inquérito da Polícia Federal, reinventou sua identidade como índio apurinã há seis anos. Ao lado da mãe, ele falsificou duas carteiras do Registro Administrativo de Nascimento Indígena (Rani) – uma espécie de RG indígena, que abre caminho para o recebimento de benefícios como o Bolsa Família e o acesso a cotas em universidades.

Com o registro em mãos, o falso índio foi além do mero recebimento dos magros benefícios a que os indígenas têm direito: começou a liderar um movimento de “índios sem teto”, reuniu-se com a direção da Caixa Econômica Federal e chegou a entregar cocares para a presidente Dilma Rousseff e para o ex-presidente Lula.

A fraude só começou a ser revelada no ano passado, quando ele foi indiciado. Entre as provas contra ele constava o nome de batismo do registro falso: Caiquara, uma palavra da língua guarani – que não é falada na região do Amazonas onde ele nasceu.

Embora a responsabilidade da farsa seja de Paulo, da sua mãe e, segundo o inquérito, de uma servidora da Funai, o dublê de índio conseguiu se safar por anos graças ao ambiente de descontrole que caracteriza a condução da política indígena brasileira, onde qualquer objeção é logo caracterizada como ataque e os opositores são taxados de defensores de latifundiários – sem surpresa, Paulo chamou a imprensa de “racista”. O índio fajuto não chegou a provocar muitos estragos, mas a política descontrolada que favoreceu seu aparecimento tem potencial.


Fonte:Portal Agron...

sábado, 16 de março de 2013

Produção de biogás a partir de dejetos de frangos de corte

O zootecnista Airon Magno Aires, especialista em energias renováveis com ênfase em biogás, defendeu sua tese de doutorado na Unesp de Jaboticabal sobre o tema ‘Desenvolvimento de um sistema para o pré-processamento da cama de frangos de corte destinada à biodigestão anaeróbia e compostagem ‘in-vessel'

Sob a orientação de Jorge de Lucas Junior, professor do Departamento de Engenharia Rural, foi desenvolvido um equipamento em escala industrial para a produção de biogás a partir de dejetos de frangos de corte (cama de frango), um protótipo de compostagem ‘in-vessel’ de carcaça de aves. Também foi realizado um estudo de viabilidade econômica, para instalação de uma unidade modelo, que está em fase final de aprovação financeira para iniciar ainda nesse semestre.

Para Aires, atualmente existe uma preocupação muito grande com a escassez de energia elétrica, visto os desafios relacionados ao crescimento econômico e grandes eventos (Copa do Mundo 2014, Jogos Olímpicos e Paraolímpicos 2016) que serão sediados nos próximos anos e vão exigir grandes picos de energia.

“Nos últimos 15 anos o consumo de energia não renovável (óleo diesel e lenha) aumentou com a tecnificação e automação da produção avícola. Além disso, acompanhamos uma grande oscilação no valor da energia elétrica e do óleo diesel, resultado de políticas internas”, comenta o especialista.

Aires explica que alternativas para geração de energia limpa estão sendo geradas no meio científico para o desenvolvimento de pilotos de equipamentos que auxiliem a geração de energia (biogás) a partir de dejetos de frangos de corte (cama de frango).

Os equipamentos em escala industrial podem demonstrar resultados próximos aos que serão encontrados no campo, auxiliando o técnico no dimensionamento do biodigestor para o tratamento dos resíduos e geração de biogás, biofertilizante e adubo orgânico.

O grande diferencial da compostagem ‘in-vessel’ é a fabricação de um protótipo 100% nacional, de um reator de compostagem ‘in-vessel’ que pode ser escalonado e utilizado para o tratamento de resíduos de qualquer gênero orgânico, em três diferentes formatos (cilíndrico, container e células fixas), sem precedentes de concorrência no Brasil. Esse tipo de reator vem sendo utilizado em alguns países como Alemanha, Itália, EUA e Canadá.

O especialista esclarece que esta tecnologia possui uma gama de possibilidades para utilização, como estações de tratamento e aproveitamento energético de resíduos, dentre eles agroindústrias (incubatórios de aves, frigoríficos, abatedouros), agropecuários (resíduos de pescado, carcaça de aves e suínos), frações orgânicas de resíduos sólidos urbanos, resíduos de restaurantes, lodos de indústrias alimentícias. O produto gerado no processo é utilizado como adubo orgânico, para nutrição e estruturação física do solo, beneficiando a produção vegetal.

Quanto à produção de biogás a partir de cama de frango, o diferencial do projeto é a utilização de um pré-processo para viabilizar a utilização de resíduos sólidos em biodigestores tipo tubular horizontal “plug flow” e resolver alguns problemas ocasionados pela falta de equalização da carga diária.

“Os resultados da tese influenciam positivamente na viabilidade econômica de produções avícolas, por meio da sustentabilidade energética e ambiental da produção. Todos os equipamentos e processos utilizados não possuem precedentes, tornando-se assim inovadores para o meio científico e para o mercado nacional”, conclui Aires.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Área de lavouras com biotecnologia já atingem 36,6 milhões de hectares no Brasil

Soja, algodão e milho são as culturas que mais adotam biotecnilogia

Em 2012, pelo quarto ano consecutivo, a agricultura brasileira foi a que mais impulsionou o crescimento mundial da área plantada com variedades geneticamente modificadas (GM), com ampliação de 21% na comparação com 2011, atingindo a marca recorde de 36,6 milhões de hectares, um incremento de mais 6,3 milhões.
Nenhum outro país alcançou tal expansão, desempenho que contribui para que o Brasil seja reconhecido como um líder global na adoção da biotecnologia. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (20) no mais recente relatório do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA). As variedades plantadas no País são soja, milho e algodão.
O levantamento indica também o recorde da produção mundial, 170,3 milhões de hectares em 2012, o que representa uma taxa de crescimento de 6%, ou 10,3 milhões de hectares a mais do que os 160 milhões registrados em 2011. Comparando com o ano de 1996, o total plantado em 2012 representa uma ampliação de 100 vezes na área cultivada. Isso faz da transgenia a tecnologia agrícola mais rapidamente adotada da história da agricultura moderna em virtude de seus benefícios econômicos, sociais e agronômicos.
O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de área plantada com transgênicos, atrás apenas dos Estados Unidos, embora a diferença entre os dois países venha diminuindo gradativamente ao longo dos anos.

*milhões de hectares
Entre os aspectos que contribuem para o bom desempenho do País no que se refere à adoção da tecnologia está o sistema regulatório estável e rigoroso, as sementes adaptadas às diferentes realidades brasileiras e o investimento em pesquisa. Notavelmente, a Embrapa desenvolveu um feijão geneticamente modificado (GM) resistente a vírus que é o primeiro evento agronômico de biotecnologia totalmente desenvolvido por uma instituição pública de pesquisa.
Outro destaque do levantamento ISAAA deste ano é o predomínio dos países em desenvolvimento como propulsores da adoção da biotecnologia. Dos 28 países que plantaram variedades GM no ano passado, 20 são países em desenvolvimento. Com esse desempenho, pela primeira vez, os países em desenvolvimento, liderados por Brasil, Argentina, Índia, China e África do Sul, plantaram mais da metade da área cultivada com essas variedades (52%).
Destaques mundiais
Cinco países da União Europeia plantaram um recorde de 129.071 hectares de milho transgênico, 13% a mais do que em 2011. A Espanha liderou a UE com 116.307 hectares de milho transgênico, 20% a mais do que em 2011.
Dois novos países, o Sudão (algodão resistente a insetos) e Cuba (milho resistente a insetos) plantaram transgênicos pela primeira vez em 2012.
Os Estados Unidos continuam a liderar a área plantada e a taxa de adoção da tecnologia, com 69,5 milhões de hectares com uma média de 90% de adoção para todas as cultivares.
A Índia plantou um recorde de 10,8 milhões de hectares de algodão transgênico com uma taxa de adoção em 93%.
Somente em 2011, a adoção das cultivares geneticamente modificadas reduziu as emissões de CO2 em 23,1 bilhões de quilos, equivalente à remoção de 10,2 milhões de carros das ruas; poupando 108,7 milhões de hectares de terras e contribuindo para a redução da pobreza de 15 milhões de pequenos agricultores.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Cientistas desenvolvem tomate transgênico mais saudável e resistente


Cientistas indianos desenvolveram uma nova variedade de tomate que reúne diversas características 

O fruto transgênico é resistente a infecções causadas por fungos e também à seca. Adicionalmente, o novo tomate é mais rico em ferro que as versões convencionais e possui mais gorduras poliinsaturadas (que ajudam aumentar as taxas do “colesterol bom”, o HDL). 

De acordo com o professor Asis Datta, do Instituto Nacional de Pesquisa de Genoma de Plantas (NIPGR, na sigla em inglês), o desenvolvimento desta nova variedade de tomates foi possível graças à transferência de um único gene do fungo Flammulina velutipes para a planta. Este gene é responsável pela expressão de uma enzima FvC5SD, que produz uma substância cerosa capaz de evitar a perda de água. 

Os tomates geneticamente modificados (GM) que expressam a enzima FvC5SD produzem até 23% mais dessa substância, o que os torna resistentes à seca, a ataques de fungos e aumenta a quantidade de ferro e gorduras poliinsaturadas em sua composição. 

Essa estratégia genética pode ser usada também em outras culturas economicamente viáveis.
Fonte;CNA/SENAR

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Integração pecuária-floresta pode aumentar renda do produtor em oito vezes

 A incorporação da silvicultura a pecuária, em um sistema integrado de produção pode proporcionar um aumento de renda ao criador de até 784% (oito vezes) em um período médio de tempo. É o que apontou o engenheiro florestal da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Omar Daniel, na palestra "Viabilidade de Produção de Madeira em Sistemas Agroflorestais", no Showtec, que está sendo promovido em Maracaju, a 162 quilômetros de Campo Grande, pela Fundação MS.

Segundo Daniel, em um período de tempo de 12 anos, em uma propriedade totalmente dedicada a pecuária tradicional, em que foi feita uma reforma de pastagem e onde a engorda e venda de animais ocorre a cada dois anos, a receita bruta do produtor ao final deste intervalo de tempo será de R$ 3.371 por hectare, o que representa a média de R$ 277 por hectare/ano.

Já com a utilização do sistema integrado, com o plantio de 755 árvores (eucalipto) por hectare, nesta mesma área, promovendo o consórcio da silvicultura com a pecuária, e com 65% da produção florestal sendo destinada a geração de energia (carvão vegetal) e apenas 35% a serraria, também em um ciclo de 12 anos, a rentabilidade chega a R$ 29.404 por hectare, o equivalente a R$ 2.450 por hectare/ano.

Além do aumento de renda, Daniel aponta como outras vantagens a utilização do sistema integrado a inclusão de mais um produto em uma mesma área, estabilidade da produção global ao longo do tempo, distribuição de renda ao longo do tempo e aumento da biodieversidade. 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Embrapa lança sistema para consulta sobre solos tropicais na internet





Embrapa lança sistema para consulta sobre solos tropicais na internet 

 

A Embrapa Solos (RJ) lançou a Árvore do Conhecimento Solos Tropicais 
Agora, produtores, técnicos e a outros interessados terão, via internet, informações sobre todos os tipos de solo que ocorrem no Brasil, nos seus níveis mais detalhados, gerando informações para o uso e manejo correto do solo, até prevenção da erosão. 

A iniciativa faz parte da Agência de Informação Embrapa (AIE), que funciona como uma ampla vitrine virtual para disponibilizar, via web, as informações geradas pelos centros de pesquisas da Embrapa, em linguagem acessível ao público em geral.
A Agência disponibiliza, atualmente, 27 árvores do conhecimento sobre cultivo, três sobre criações e outras oito temáticas. Além de informações técnicas validadas pela pesquisa, a AIE também oferece informações complementares em forma de arquivos em PDF, vídeos e áudios.


Fonte:CNA/Senar.